Bolívia vai às urnas com direita favorita e 23% dos votos indefinidos
Eleições na Bolívia enfrentam incertezas com 23% dos votos indefinidos. A disputa está acirrada entre candidatos da direita, enquanto a esquerda luta para reverter a divisão interna.
Bolívia irá às urnas neste domingo (17) para eleger um novo presidente e renovar o Parlamento, com 130 deputados e 36 senadores.
Candidatos da direita são os favoritos, enquanto 23% dos votos permanecem indefinidos, gerando incertezas sobre o resultado final. Jorge “Tuto” Quiroga, ex-presidente radical, lidera as pesquisas, seguido por Samuel Doria Medina, moderado.
A divisão no Movimento ao Socialismo (MAS), que governa a Bolívia desde 2006, pode sinalizar o fim do ciclo de governos de esquerda. Evo Morales, impedido de concorrer, prega o voto nulo.
Os principais candidatos da esquerda, Andrónico Rodríguez e Eduardo del Castillo, estão atrás nas pesquisas, afetados pela associação com o MAS. Tuto Quiroga indica que irá romper relações com Venezuela, Cuba e Irã, mas manterá a Bolívia no BRICS.
Medina, empresário, promete estabilizar a economia em 100 dias. Ele critica o déficit fiscal e os subsídios à gasolina.
A esquerda sofreu com a divisão interna entre Evo Morales e o atual presidente Luis Arce. Andrónico Rodríguez começou a se recuperar nas pesquisas, mas a desunião no MAS afeta suas chances. Alina Ribeiro, pesquisadora, ressalta que o apoio do MAS a del Castillo foi um erro estratégico.
O cenário permanece volátil, com a alta taxa de votos indefinidos e a dificuldade em medir o voto rural. Resultados serão revelados no dia 19 de outubro.