Bolsa brasileira está barata e pode continuar assim “eternamente”, dizem gestores
Gestores de recursos alertam que a bolsa brasileira continuará barata devido à instabilidade fiscal e à taxa Selic elevada. O impacto da recente alta nos preços das ações pode ser influenciado por fatores externos e a gestão cuidadosa de ativos se torna essencial.
A bolsa brasileira se manteve depreciada nos últimos meses, oferecendo preços atrativos. Gestores de recursos afirmam que isso pode ser uma tendência, com uma previsão de que o Brasil continue “eternamente barato”.
André Gordon, da GTI Administração de Recursos, observou que a valorização dos ativos locais ocorreu apenas durante o boom da China. No entanto, o Brasil enfrenta desafios fiscais e juros altos, que mantêm a bolsa em níveis baixos.
O juro real atual é de cerca de 9%, e as empresas precisam garantir retornos de 17% a 18% anuais para compensar riscos. Hegler Horta, da Kapitalo Investimentos, destacou o impacto das flutuações da Selic, que subiu de 2% para quase 15%, dificultando a situação de empresas alavancadas.
O múltiplo de preço/lucro do Ibovespa está entre 8% e 9%, e Horta não acredita que retorne aos níveis passados devido ao dívida alta do país. Ele expressou preocupação com a desaceleração econômica futura, mesmo que a Selic tenha subido sem grandes impactos imediatos.
Marcio Luis Pereira, da Icatu Vanguarda, mencionou a diversidade do mercado e a concentração do Ibovespa em poucos setores, alertando sobre a necessidade de proteção devido à volatilidade. Ele não viu correlação significativa entre o rali das “small caps” e os fundamentos.
Lucas Cachapuz, do BTG Pactual Asset Management, atribuiu a alta recente da bolsa a fatores externos. Ele enfatizou a importância da escolha de ações para capturar oportunidades, enquanto Fabio Rios, da Absolute, comentou sobre o potencial do Brasil, mas ressaltou a atenção em outros mercados devido à volatilidade do real.