Bolsonaristas tentam retomar controle sobre anistia do 8/1 após ato, UTI e ação de Alcolumbre
Aliados pressionam por retomada da pauta de anistia após internação de Bolsonaro. O ex-presidente tem tentado assegurar que a discussão sobre perdão aos bolsonaristas não perca força enquanto aguarda os próximos passos do Congresso.
Brasília: Aliados de Jair Bolsonaro (PL) tentam retomar a pauta da anistia relacionada aos eventos de 8 de janeiro, após três semanas de internação do ex-presidente. A internação ocorreu devido a complicações de saúde após uma facada em 2018.
Com Bolsonaro na UTI, a articulação pela anistia perdeu força. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), assumiu a pauta e pretende apresentar um novo projeto para diminuir as penas dos bolsonaristas, em negociação com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e o STF. Essa manobra descontentou parlamentares do PL.
Aliados de Bolsonaro alegam que o procedimento de Alcolumbre é “protelatório” e expressam desconfiança quanto à elaboração do texto. Zucco (PL-RS) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) criticam a atitude do Senado, enquanto Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defende um compromisso de anistia completa.
Na última semana, a Câmara aprovou um projeto que suspende a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), beneficiando também Bolsonaro e outros 32 denunciados. No entanto, essa aprovação pode não ter efeitos práticos, com ministros do STF prevendo sua derrubada.
Bolsonaro discursou em um ato na Esplanada dos Ministérios, defendendo que a anistia é um ato do Parlamento e não pode ser contestada. O evento reuniu cerca de 4 mil apoiadores e teve forte presença de líderes bolsonaristas.
Enquanto isso, a crise do INSS levou a distrações na pauta da anistia, com o PL focando em desgastar o governo de Lula. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) divulgou um vídeo atacando o governo, alcançando 134 milhões de visualizações.
O governo Lula, por sua vez, ressaltou que as irregularidades no INSS começaram em 2019, sob a administração de Bolsonaro, como estratégia para mitigar críticas.