Bolsonaro diz que ‘sistema me quer morto’ e critica velocidade de processo

Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, comentou em entrevista à Reuters que está sendo perseguido pelas instituições do país, afirmando que “o sistema” prefere vê-lo morto a preso. A declaração ocorreu após operação da Polícia Federal em sua residência e escritório, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes do STF.

Bolsonaro afirmou: “Eu preso vou dar problemas para eles... O sistema me quer morto”. Ele também expressou preocupação com o andamento das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, mencionando que seu julgamento está marcado para 20 de agosto.

O STF impôs restrições, como o uso de tornozeleira eletrônica, bloqueio de passaporte e proibição de uso de redes sociais. Ele está impedido de se comunicar com diplomatas e com seu filho Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos.

A defesa de Bolsonaro expressou “surpresa e indignação” com as medidas, afirmando que ele sempre respeitou a Justiça. Na operação da PF, foram apreendidos dinheiro, um celular e um pen drive em sua residência. Bolsonaro desconheceu o pen drive, insinuando que poderia ter sido plantado, mas depois reconsiderou: “Vou perguntar para a minha mulher se o pen drive era dela.”

Alexandre de Moraes justificou as medidas com base em indícios de que Bolsonaro teria tentado interferir no processo eleitoral e instigar ataques às instituições. Bolsonaro classificou o uso da tornozeleira como uma “suprema humilhação” e reafirmou não ter participado de nenhuma tentativa de golpe.