Bolsonaro fora do caminho é ótimo para Tarcísio de Freitas, se for hábil
Governador de São Paulo busca construir estratégia política diante das novas restrições impostas a Bolsonaro. Tarcísio de Freitas precisa equilibrar apoio ao ex-presidente com as expectativas do Centrão e do mercado para avançar em sua carreira política.
Comemorações nas redes de esquerda marcam as novas medidas restritivas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, como a ordem de uso de tornozeleira eletrônica emitida pelo ministro Alexandre de Moraes.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pode se beneficiar politicamente dessa situação. A família Bolsonaro, com suas atitudes erráticas, representa um obstáculo para os planos de Tarcísio, que está em empate técnico com Lula nas pesquisas.
Para avançar, Tarcísio precisa equilibrar sua postura: se manifestar de forma solidária ao seu mentor, mas evitando ser muito tímido ou muito incisivo, para não desagradar diferentes grupos políticos.
O Centrão também percebeu que Bolsonaro é um problema político, e o ex-capitão tornou-se o maior cabo eleitoral de Lula, que, em sua fala na TV, designou explicitamente o bolsonarismo como o adversário.
Se Bolsonaro for preso, Tarcísio poderá se livrar da associação com o radicalismo. Ele já foi chefe do DNIT no governo Dilma e pode se posicionar como um gestor eficaz.
No entanto, convencer o bolsonarismo raiz a apoiar Tarcísio pode ser difícil. Um acordo para libertar Bolsonaro pode exigir um candidato mais alinhado com o sistema, visando votos centristas essenciais para vencer.
A ausência de um candidato forte pode abrir caminho para a reeleição de Lula, mas decisões racionalizadas não são o forte do eleitorado bolsonarista.