BP anuncia revisão abrangente dos negócios e promete “fazer melhor”
A BP busca reverter anos de baixo desempenho com novas revisões em seu portfólio e cortes de custos. O CEO Murray Auchincloss destaca que a empresa está comprometida em maximizar o valor para os acionistas em meio a pressões de investidores.
A BP iniciará novas revisões em seu portfólio e custos, buscando melhorar seu desempenho abaixo do esperado. O CEO Murray Auchincloss garantiu que a empresa “pode e vai fazer melhor”.
Nesta terça-feira (5), a petrolífera britânica revelou resultados que superaram as estimativas, com fluxo de caixa robusto e dívida líquida em queda, em meio à pressão do investidor ativista Elliott Investment Management por mudanças significativas e cortes de custos.
Após ações em queda, a BP reformulou sua estratégia, focando em petróleo e gás, com metas de cortes de custos e venda de US$ 20 bilhões em ativos até 2027. No entanto, o plano foi criticado por não ser ambicioso o suficiente.
Recentemente, Auchincloss e o futuro presidente Albert Manifold concordaram em uma "revisão completa do portfólio", visando maximizar o valor para os acionistas. Manifold, ex-CEO da CRH, se junta oficialmente em 1º de setembro.
No primeiro semestre, a BP reportou uma redução de custos de US$ 900 milhões, totalizando US$ 1,7 bilhão desde 2023. A empresa também anunciou US$ 3 bilhões em desinvestimentos, com foco em reduzir dívida e reforçar negócios principais.
O lucro líquido ajustado no segundo trimestre foi de US$ 2,35 bilhões, acima da expectativa de US$ 1,76 bilhões. As ações subiram 3,1% em Londres, apesar da queda nos preços do petróleo.
A dívida líquida caiu para US$ 26 bilhões. A BP mantém seu programa de recompra de ações e aumentou o dividendo em 4%.
Desinvestimentos são essenciais para a reformulação, mas a venda da unidade de lubrificantes Castrol ainda está pendente. Auchincloss afirmou que há “forte interesse” na Castrol, mas avaliações desceram.
A BP anunciou novos projetos e descobertas, incluindo a maior em 25 anos no Brasil. Embora tenha crescido na produção, prevê volumes anuais inferiores para 2024.
Com volatilidade no mercado de petróleo, o preço do Brent caiu cerca de 9%, agora próximo de US$ 70 por barril, nível usado para modelar metas financeiras.
A BP continua sendo alvo de especulações de aquisição, mas a Shell afirmou que não pretende fazer uma oferta pela empresa rival.