Brasil decide apoiar ação da África do Sul contra Israel na Corte de Haia, diz jornal
Brasil se une à África do Sul em ação contra Israel na Corte Internacional de Justiça. A adesão reflete uma postura diplomática alinhada com outras nações do Sul Global e intensifica o debate sobre os direitos humanos na região.
O governo brasileiro vai oficialmente aderir à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) contra Israel.
A África do Sul acusa Israel de cometer genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza.
O anúncio foi feito pelo chanceler Mauro Vieira em entrevista à Al Jazeera durante a cúpula do Brics no Rio de Janeiro.
O Brasil se tornará terceira parte no processo, permitindo a apresentação de argumentos próprios, mas sem mudar os termos da acusação.
Um diplomata brasileiro afirmou que Israel tem desprezado a diplomacia e atua militarmente contra civis palestinos em Gaza e na Cisjordânia.
A iniciativa pode aumentar tensões com o governo dos Estados Unidos, que já se mostrou desconfortável com as posições do Brasil.
O ex-chanceler Celso Amorim recomenda que o Brasil minimiza suas relações diplomáticas com Israel e avalia suspender o acordo de livre comércio com o país.
No último mês, a África do Sul fez uma nova petição à CIJ, alegando que o conflito atingiu uma nova e horrenda fase.
Israel nega as acusações de genocídio e afirma que suas ações são conforme o diploma internacional.
A ação sul-africana está na CIJ desde 2022 e já conta com apoio de países como México, Colômbia, Turquia e Irlanda.
A decisão brasileira intensifica o isolamento diplomático de Israel entre nações do Sul Global e reforça a postura de soberania e multilateralismo promovida por Lula.