Brasil deve avançar como fornecedor global de armamentos e munição, diz CEO da Edge

Hamad al Marar, CEO do Edge Group, destaca o Brasil como país onde fechar negócios com governos é rápido e eficiente. O Edge é um conglomerado de tecnologia de defesa dos Emirados Árabes Unidos, com um portfólio de mais de 5 bilhões de dólares em projetos globais. A empresa adquiriu 51% da Condor, líder brasileira em armas não letais, e metade da Siatt, especializada em armamentos inteligentes.

Em entrevista à EXAME, Marar explicou a estratégia da Edge no Brasil:

• Base industrial robusta: O Brasil possui um potencial significativo para engenharia e exportação.
• Contratos rápidos: A Edge fecha contratos com agilidade, indicando boa percepção mútua entre as partes.
• Transferência de tecnologia: A intenção é criar empregos locais e expandir a fabricação no Brasil.

Sobre investimentos, Marar confirmou que o foco é tanto em mísseis para a Marinha quanto em munição não-letais. Ele também afirmou que a Edge possui interesse em mais aquisições no Brasil, trabalhando com parcerias que tragam benefícios.

Marar acredita que o Brasil pode aumentar sua exportação de produtos de defesa, aproveitando relacionamentos comerciais para fechamento de negócios. Os Emirados Árabes, com seus próprios laços, podem ser uma vantagem. Ele também destacou a importância de um novo sistema de defesa aérea que está sendo desenvolvido, combinando mísseis e tecnologias avançadas.

Sobre a demanda no setor, Marar mencionou que a inteligência artificial deverá ser crucial em soluções de defesa. As principais preocupações do Brasil incluem segurança interna, proteção de fronteiras e combate ao tráfico.

Ele também comentou que a Guerra da Ucrânia alterou as táticas militares, enfatizando que drones se tornaram decisivos em conflitos atuais. A abordagem ao combate deve ser equilibrada, considerando as especificidades regionais do Brasil.