Brasil deve buscar diálogo com os EUA em todos os níveis, ex-secretário-geral da OMC
Diplomata enfatiza a importância do diálogo estratégico entre Brasil e EUA diante das medidas comerciais. Roberto Azevêdo destaca que a solução deve vir de pressões internas nos Estados Unidos, enquanto busca-se evitar conflitos entre países.
Roberto Azevêdo, ex-secretário-geral da OMC, propõe buscar canais de comunicação em diversas frentes para lidar com as medidas comerciais dos EUA contra o Brasil.
Azevêdo, que atuou na OMC de 2013 a 2017, afirma que a OMC pode ser uma plataforma política, mas alerta: resultados concretos não devem ser esperados apenas de processos litigiosos.
O tarifaço de Donald Trump entrou em vigor com sobretaxas de até 50% para produtos brasileiros e indianos.
No mesmo dia, o Brasil levou o caso à OMC em Genebra. Se não houver acordo, um painel será solicitado, mas a resolução pode levar anos.
Azevêdo destaca a importância da comunicação constante entre o setor privado e os EUA e menciona uma recente visita de senadores a Washington.
Ele sugere que a solução para o impasse reside nos mecanismos de pressão interna nos EUA, onde as empresas devem mostrar os benefícios de um acordo.
Azevêdo observa que uma união de países contra o tarifaço seria mal vista por Washington, afetando os esforços de entendimento bilateral.
Até o momento, contatos já ocorreram entre autoridades brasileiras e americanas, mas a Casa Branca quer uma negociação ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, rechaçada pelo Brasil devido às suas acusações no STF.
Trump, aliado de Bolsonaro, também mira a próxima eleição no Brasil, programada para o ano que vem.