Brasil e Argentina disputam mercado milionário de 'ouro bovino' na China
China reabriu mercado para importação de cálculos biliares, impulsionando a disputa entre Brasil e Argentina. Enquanto a Argentina já avançou em negociações formais, o Brasil tenta adaptar suas propostas para garantir participação nesse mercado rentável.
Nova corrida do ouro: A China iniciou uma corrida pelo mercado do “ouro bovino”, ou seja, o cálculo biliar encontrado na vesícula do boi, com Brasil e Argentina em competição.
O item, utilizado em tratamentos de convulsões e infecções, é altamente valorizado na China, chegando a mais de US$ 20 mil o quilo. A China havia restringido a importação desse produto desde 2002, mas anunciou a reabertura do mercado.
A Administração Nacional de Produtos Médicos da China autorizou a importação para a indústria farmacêutica tradicional, com um projeto-piloto de dois anos, visando conter a pirataria no setor.
A Argentina já havia iniciado negociações com a China e criou um protocolo sanitário, obtendo avanço no processo de importação. O Brasil, que ainda não exportou o item, está se preparando para entrar no mercado.
A representação do Ministério da Agricultura brasileiro recebeu a proposta argentina para construir a sua própria. A reabertura da China testará a entrada das pedras em 12 regiões-piloto, com rigoroso controle nas importações.
A demanda chinesa é em torno de 5 mil quilos anuais, representando um potencial de US$ 100 milhões. Apesar de não exportar para a China, o Brasil é o maior fornecedor de cálculos bovinos para Hong Kong.
As exportações desse item do Brasil triplicaram de US$ 78,2 milhões em 2019 para US$ 269,1 milhões em 2024, um crescimento acumulado de 244%. A produção elevada é um desafio, pois são necessários até 200 mil bois para obter 1 quilo do produto.