Brasil e China apoiam paz na Ucrânia sem citar trégua, como quer Putin
Brasil e China reforçam necessidade de diálogo entre Rússia e Ucrânia, mas não abordam cessar-fogo. A falta de garantias para o fim da agressão russa levanta preocupações sobre a efetividade das negociações.
Brasil e China assinaram, em Pequim no dia 13, uma declaração conjunta para apoiar a negociação de paz entre Rússia e Ucrânia, que começará na Turquia em 15.
A declaração, feita pelos presidentes Lula da Silva e Xi Jinping, não menciona a extensão de um cessar-fogo de 30 dias, essencial para os ucranianos. Eles afirmam que as conversas diretas devem começar “o quanto antes” e respeitar as preocupações de todas as partes.
O presidente ucraniano, Zelenski, havia solicitado a Lula e Xi que intercedessem por uma trégua. A proposta de cessar-fogo de 30 dias foi inicialmente rejeitada por Putin, que agora se mostra disposto a negociações “sem precondições”.
Em maio de 2024, Brasil e China já haviam sugerido princípios para conversas, mas Zelenski recusou, afirmando que a proposta era favorável a Moscou e ignorava o sofrimento ucraniano.
Zelenski confirmou sua presença na Turquia para a reunião com Putin, enquanto a presença do presidente russo ainda não foi confirmada. O presidente americano, Donald Trump, pressiona Zelenski a participar, mesmo com a demanda europeia de um cessar-fogo antes das negociações.
Se Putin não comparecer ou atrasar as conversas, a Europa pretende solicitar mais sanções à Rússia. A presença de Putin nas negociações pode criar a percepção de capitulação à pressão internacional.
Diplomatas europeus estarão presentes em Istambul, prontos para garantir que a equipe de negociação da Ucrânia esteja adequada para os diálogos que ainda têm pouca preparação.
As informações foram obtidas do jornal O Estado de S. Paulo.