Brasil é um ‘cachorro pidão’ latindo na relação com os Estados Unidos, diz diretor da Eurasia
Christopher Garman destaca que o Brasil precisa focar em suas contas públicas para potencializar suas oportunidades diante do cenário global. Ex-secretário-adjunto do Departamento de Estado dos EUA, Ricardo Zúñiga, afirma que o País pode usar sua posição na diplomacia entre EUA e China a seu favor.
Nova York - O diretor-executivo da Eurasia, Christopher Garman, comentou a relação do Brasil com os Estados Unidos, afirmando que a preocupação é menor devido ao foco da Casa Branca em outras prioridades.
O Brasil foi taxado em 10% pelo governo Trump, mas Garman considera o País “bem posicionado” por seus importantes ativos ambientais e minerais. “É uma potência energética”, afirmou, destacando que o desafio é doméstico, principalmente nas contas públicas.
O ex-secretário-adjunto do Departamento de Estado dos EUA, Ricardo Zúñiga, opinou que o Brasil agora vive um “mundo multipolar” e deve usar sua diplomacia a favor, especialmente em relação aos minerais críticos. Para ele, o Brasil precisa arrumar a casa fiscal para se tornar uma potência mineral.
Garman também alertou sobre a possibilidade de Trump enfrentar o mesmo problema da inflação que afetou os democratas nas eleições. Ele destacou que em 2026, todas as cadeiras da Câmara e 33 do Senado estarão em jogo.
Os próximos 100 dias do governo Trump, segundo Garman, serão instáveis, com uma pausa nas tarifas. Ele prevê que os níveis de tarifas permanecerão elevados, o que deve estimular investimentos e empregos.
Garman concluiu que Trump, em seu segundo mandato, é um candidato antissistema, diferente do primeiro, onde se sentiu frustrado com a execução de suas ideias.