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Brasil encara novo normal da relação com Donald Trump

A nova sobretaxa dos EUA sobre produtos brasileiros reflete a política protecionista da gestão Trump e altera a dinâmica das relações comerciais entre os dois países. Apesar das concessões parciais, a necessidade de diversificar mercados torna-se cada vez mais urgente para o Brasil.

Estados Unidos impõem sobretaxa sobre produtos brasileiros, a partir desta quarta-feira, 6, marcando uma nova fase nas relações entre os países. Apesar de uma lista de exceções e canais de negociação abertos, altas tarifas se tornam o novo normal na parceria, especialmente durante a gestão atual.

Diálogo entre presidentes Lula e Trump ainda não ocorreu, e as concessões até agora refletem mais interesses internos americanos do que boa vontade. As tarifas são parte de um esforço de Trump para criar uma “muralha tarifária” e proteger a economia dos EUA.

A expectativa é que a tarifa média sobre importações dos EUA chegue a 13% a 17% até o fim do ano, representando o regime mais protecionista desde a Grande Depressão dos anos 1930.

A situação brasileira é peculiar, misturando agenda comercial com política. As exceções atuais, como as que beneficiam a Embraer, surgem de pressões de empresas e legisladores americanos. O Congresso e o Departamento do Tesouro têm sido canais importantes para essas demandas.

Entretanto, há um movimento contrário dentro do governo dos EUA, buscando sanções adicionais ao Brasil por diversas questões, incluindo a prisão de Jair Bolsonaro. O risco de novas tarifas geopolíticas também é elevado.

Para o Brasil, é essencial adotar uma postura realista. Embora o engajamento com os EUA deva continuar, é necessário acelerar a busca por novos mercados e fortalecer outras parcerias. Concessões podem ser limitadas, dado que o cenário envolvem altos níveis de sobretaxas.

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