Brasil-EUA: Trump fala em relação 'injusta', mas Brasil compra mais que vende desde 2009; veja números
Relação comercial entre Brasil e EUA continua tensa com déficits históricos, enquanto tarifas de Donald Trump aumentam a preocupação sobre o impacto nas exportações brasileiras. Especialistas alertam para as consequências no mercado de trabalho e na economia nacional.
Relação Comercial Brasil-Estados Unidos é desequilibrada, com déficits comerciais desde 2009, totalizando US$ 90,2 bilhões até junho de 2025.
Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o Brasil importou mais do que exportou, um cenário desfavorável para sua economia.
Donald Trump anunciou, em 9 de outubro, uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a medida como necessária para corrigir uma balança comercial “injusta”. Ele também abriu uma investigação sobre práticas comerciais do Brasil, alegando deslealdade nas transações.
Especialistas consideram a decisão politico-ideológica e a indústria brasileira expressou preocupação, afirmando que as taxas podem ameaçar empregos.
Desde 1997, o saldo comercial acumulado é de US$ 49,88 bilhões em favor dos EUA, embora em 2024 houve um equilíbrio nas relações comerciais: exportações de US$ 40,33 bilhões e importações de US$ 40,58 bilhões, resultando em um desequilíbrio de US$ 253 milhões no Brasil. Porém, em 2025, a importação superou a exportação em US$ 1,67 bilhão.
A investigação dos EUA, com base na Seção 301 da Lei de Comércio, visa apurar práticas desleais que afetam o comércio. Essa ação funciona como um mecanismo de pressão para defender os interesses norte-americanos.
Na carta a Lula, Trump mencionou ainda o julgamento de Jair Bolsonaro como uma “vergonha internacional” e criticou ataques ao processo eleitoral no Brasil.
Por sua vez, Lula disse que o Brasil "não aceitará ser tutelado" e que as tarifas americanas serão respondidas com base na Lei da Reciprocidade Econômica.
“O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça brasileira", declarou Lula.