Brasil fechará 2025 com déficit primário de R$ 83,1 bi, calcula IFI
Instituição Fiscal Independente alerta para um déficit primário significativo nas contas públicas brasileiras. Projeções indicam que, sem reformas fiscais, o governo enfrentará dificuldades para manter a máquina pública funcionando.
Déficit primário das contas públicas do Brasil será de R$ 83,1 bilhões ao fim de 2025, segundo a IFI (Instituição Fiscal Independente). Apesar disso, o valor está dentro da meta do arcabouço fiscal.
Desse total, R$ 52,9 bilhões são referentes a precatórios e RPVs, e R$ 30,9 bilhões correspondem ao limite inferior da meta de déficit zero (0,25% do PIB).
A IFI projeta maior gasto com precatórios do que os R$ 48,5 bilhões estimados pelo governo, que anunciou a necessidade de contingenciamento de R$ 20,7 bilhões.
O relatório indica que o contingenciamento deveria seguir o centro da meta e não o limite inferior, podendo resultar em um corte adicional de R$ 30,9 bilhões, prejudicando a execução orçamentária.
A AGU (Advocacia-Geral da União) solicitou ao STF que pagamentos a beneficiários do INSS não sejam contabilizados nas despesas e metas. A IFI critica a exclusão recorrente de gastos das regras fiscais.
O cenário fiscal piorou em relação a 2024 devido ao aumento de despesas e queda de receitas. A IFI estima um contingenciamento de R$ 75,9 bilhões para 2026, o que é considerado inviável.
A relação da dívida pública com o PIB pode chegar a 82,4% em 2026, podendo ultrapassar 100% até 2030 e atingir 124,9% em 2035.
Para 2025, a IFI projeta um crescimento de 2,4% e 1,7% em 2026, refletindo um cenário de moderação do consumo e restrições financeiras.
A inflação deve fechar 2025 em 5,3% e 4,43% em 2026. A IFI pede uma reforma fiscal para flexibilizar o Orçamento da União.
Tentativas do governo Lula de aumentar receitas geraram tensões com o Congresso, levando a um recuo em algumas propostas de aumento de tributos. Medidas para compensar a arrecadação foram enviadas ao Congresso via medida provisória.