Brasil gastou mais de R$ 1 bilhão por ano para subsidiar energia a carvão, diz estudo global
Brasil gasta bilhões em subsídios ao carvão mineral, mesmo com matriz energética crescente em fontes limpas. Relatório aponta que, apesar das ineficiências, o governo justifica apoio sob a ideia de transição justa.
Brasil investe R$ 1,07 bilhão por ano em subsídios para a energia a carvão, entre 2020 e 2024.
O dado é parte do relatório da Global Energy Monitor e coautoria da Arayara.
Os subsídios públicos financiam usinas de carvão, apesar da baixa competitividade e da justificativa de "transição justa".
O Brasil abriga uma das últimas propostas ativas de usinas a carvão na América Latina: a termelétrica Ouro Negro, no RS, que falhou em leilões entre 2019 e 2022.
Outras usinas, como a de Candiota, enfrentam dificuldades e multas do Ibama por questões ambientais.
Um projeto de lei no Congresso pode renovar subsídios ao carvão por mais 20 anos, somando R$ 92 bilhões (US$ 16 bilhões), além dos R$ 8 bilhões já contratados até 2027.
A produção global de novas usinas de carvão caiu para seu menor nível em 20 anos, com 44 Gigawatts em 2024. Contudo, a China e a Índia dominam as novas propostas, respondendo por 92%.
A capacidade instalada de carvão no Brasil é de 3,1 Gigawatts, gerando apenas 2% da eletricidade nacional.
A Global Energy Monitor é uma ONG da Califórnia focada em dados sobre infraestrutura energética.