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Brasil importa 38% a mais de diesel em julho, sendo 60% da Rússia

Crescimento nas importações de diesel reflete alta demanda interna e menor produção nacional. Especialistas apontam que o cenário pode indicar um balanço mais apertado no mercado de combustíveis.

Importações de diesel pelo Brasil cresceram 38% em julho comparadas ao mesmo mês do ano passado, atingindo 1,7 bilhão de litros. Esse é o maior volume desde dezembro de 2023, ressaltam especialistas.

As importações foram compostas por quase 60% da Rússia, 34% dos Estados Unidos e 9,5% da Índia, de acordo com a consultoria StoneX.

Em 6 de agosto, os EUA anunciaram um aumento de 25% na tarifa sobre a Índia para a importação de petróleo russo, com a possibilidade de expandir a medida a outros países.

Bruno Cordeiro, analista da StoneX, destacou que o volume alto de importações reflete uma demanda interna aquecida e uma menor produção nas refinarias brasileiras. Ele observou que esse aumento ocorreu antes da chegada do B15, mistura de biodiesel que começou em agosto.

Os especialistas notaram que as compras externas subiram mesmo em um mês desfavorável, devido à demanda do agronegócio, especialmente por causa do plantio.

No acumulado de janeiro a julho, as importações de diesel somaram 9,68 bilhões de litros, uma alta de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, as importações de gasolina em julho recuperaram para 239 milhões de litros, uma alta de 23% frente ao mês anterior, mas uma queda de 10,9% ano a ano.

Isabela Garcia, também da StoneX, comentou que o aumento das importações de gasolina pode indicar um balanço doméstico estressado e uma demanda sazonal elevada. No acumulado do ano, a importação de gasolina totalizou 1,4 bilhão de litros, com uma queda de 11,8% em comparação com o ano anterior.

Garcia previu que, para os próximos meses, as importações devem permanecer menores do que em 2022, devido às mudanças na mistura do etanol anidro na gasolina, que passou de 27% para 30% em 1º de agosto.

Ela acredita que, com a manutenção da produção doméstica, haverá uma menor necessidade de importações nos próximos meses.

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