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Brasil não está no “precipício fiscal”, mas pode chegar lá após 2026, diz Giannetti

Economistas alertam para a urgência de reformas estruturais para evitar uma crise fiscal no Brasil. Painel discute os desafios do equilíbrio fiscal em meio à rigidez orçamentária e à ineficiência estatal.

Economista Eduardo Giannetti alerta que o Brasil não enfrenta uma emergência fiscal imediata, mas pode perder a oportunidade de ajuste fiscal. Ele falou durante o painel “Equilíbrio Fiscal no Brasil: questão de governo ou de Estado?” no Anbima Summit, em São Paulo.

Os especialistas concordam que o problema fiscal brasileiro é estrutural, envolvendo diferentes governos e ideologias. Giannetti criticou os gastos do governo federal e a negação dos desafios fiscais.

Segundo ele, o governo Lula tem baixo capital político e enfrenta alta desaprovação, o que dificulta reformas necessárias. Ele espera que um futuro presidente, com um novo arcabouço fiscal, tenha mais oportunidades de agir.

A elevada carga tributária do Brasil é outro ponto tratado. A arrecadação é equivalente a 33% do PIB, porém o Estado falha na entrega dos bens públicos e no desenvolvimento do setor. Giannetti destacou a rigidez do orçamento, onde 93% dos recursos são comprometidos antes da arrecadação.

Giannetti também citou ineficiências do sistema, como a indexação de benefícios ao salário-mínimo e subsídios que consomem de 6% a 7% do PIB. A diretora Ana Vescovi, do Santander Brasil, complementou que o déficit estrutural é de 1% do PIB, dificultando o financiamento das despesas.

Vescovi advertiu sobre a sustentabilidade de um crescimento das despesas de 4% ao ano, que não é acompanhada pela economia. Ela defendeu a necessidade de controlar gastos e melhorar a distribuição de renda.

O economista Carlos Kawall apontou que a trajetória fiscal do país se assemelha a um carro com o acelerador no fundo, criticando as mudanças recentes que incentivaram o expansionismo fiscal. Ele ressaltou que a relação entre desemprego e aprovação do governo mudou, levando a estímulos fiscais como resposta.

Kawall concluiu que a janela para mudanças estruturais pode se abrir no próximo governo, mas questionou se o cenário político polarizado é favorável para tais reformas.

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