Brasil perde ainda mais se retaliar tarifaço, diz Canuto, ex-Banco Mundial
Medidas retaliatórias do Brasil podem agravar a relação comercial com os EUA e impactar negativamente a economia brasileira. Especialistas alertam que o país deve focar em diversificação de mercados para mitigar os efeitos das tarifas.
Brasil em risco com tarifas dos EUA
O Brasil pode enfrentar consequências negativas com as novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, que começam a vigorar nesta quarta-feira (6).
Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, alertou que medidas retaliatórias podem resultar em perdas significativas para o Brasil. Ele sugere que o país deve “engolir o sapo” em vez de retaliar.
As tarifas americanas isentam centenas de itens, como aeronaves e suco de laranja, e a taxa média ficará em 32,7%, segundo o J.P. Morgan. Isso representa uma leve alteração em relação à previsão anterior de 37,8%.
Como a pauta de exportações do Brasil é composta principalmente por commodities, há uma oportunidade de buscar novos mercados.
A análise aponta que o impacto das tarifas será particularmente negativo para as classes de baixa renda nos EUA, uma vez que apenas 10% dos trabalhadores de classe média atuam em setores protegidos pelas tarifas.
Em termos econômicos, a previsão indica que o PIB brasileiro pode cair entre 0,2% e 0,3% para cada aumento de 10 pontos percentuais nas tarifas americanas, o que representa um impacto negativo potencial de 0,4% a 0,6% em relação às tarifas anteriores de 10%.