Brasil pode reduzir importações de gasolina com aumento da mistura com etanol

Nova mistura de gasolina E30 entra em vigor em 1º de agosto. A medida, prevista na Lei do Combustível do Futuro, visa reduzir a dependência externa de combustíveis fósseis e estimular a cadeia do etanol.

Com o E30, espera-se uma redução no consumo de gasolina A em até 1,36 bilhão de litros por ano, transformando o Brasil em um exportador líquido do produto.

A expectativa é de que 760 milhões de litros deixem de ser importados, gerando um excedente exportável de até 565 milhões de litros.

Segundo a consultoria Argus, já em agosto haverá diminuição dos volumes de importação, devido à menor necessidade e desfavorabilidade da janela de arbitragem.

O Ministério de Minas e Energia (MME) afirma que o E30 reduz a dependência de gasolina importada, diminui preços para consumidores e impacta positivamente a inflação. O uso do etanol também deve aumentar.

A adoção do E30 foi autorizada após testes que confirmaram sua viabilidade para veículos. A Anfavea considerou os resultados positivos, garantindo que não há impacto negativo nas motos e motores, desde que a qualidade do combustível seja mantida.

Gilberto Martins, da Anfavea, ressalta que o etanol traz benefícios ambientais, reduzindo as emissões de CO2.

A Anfavea sugere testes para ampliar a mistura para 35% e destaca que o setor está preparado para um aumento na produção de etanol anidro em até 1,46 bilhão de litros. Hugo Cagno Filho, da UDOP, afirma que a produção de etanol de milho atende à nova demanda.

Embora o setor esteja otimista, a transição pode causar volatilidade no mercado de etanol, especialmente na safra atual, que enfrenta desafios climáticos.

Por fim, Luciano Rodrigues, da Unica, confirma que o setor está preparado para atender essa demanda adicional, com capacidade instalada disponível.