Brasil pode ser afetado por tarifa extra ao Brics, mas ameaça ‘taxar também’

Brasil pode ser impactado por ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de taxar em 10% países que se “alinhem às políticas antiamericanas do Brics”.

Essa declaração surge enquanto ocorre a cúpula do Brics no Rio de Janeiro, onde participam Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Indonésia.

No domingo, 6, Trump afirmou que não haverá exceções às novas tarifas, mas não especificou países ou prazos para implementação, gerando incerteza nas relações comerciais.

Analistas apontam que, embora a situação seja um risco, é complicado avaliá-la. Ian Lyngen, do BMO Capital, destaca que as postagens de Trump não garantem políticas imediatas, mas não devem ser ignoradas.

Todd Martinez, da Fitch Ratings, mencionou que, apesar de o Brasil não estar alinhado ideologicamente com Trump, a ameaça pode se aplicar ao país.

O Brasil já é afetado por tarifas de 10% desde o 2 de abril e continua sob o mesmo patamar após uma pausa de 90 dias para negociações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a soberania do Brasil para também impor tarifas aos EUA, expressando que “se Trump pode taxar, nós podemos taxar também”.

Embora haja rumores de que novas tarifas não serão imediatamente impostas, Trump pretende cumpri-las para países que tomarem atitudes consideradas antiamericanas.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump está monitorando a cúpula do Brics e vê esses países como uma ameaça aos interesses dos EUA.

Lula também comentou que a questão das tarifas não foi discutida na reunião do bloco. Martinez observa que continua havendo muitas incertezas sobre as políticas comerciais futuras dos EUA após o fim da trégua tarifária.