Brasil precisa aproveitar toda a sua diversidade energética
A transição energética se torna mais complexa ao incluir a diversidade das fontes de energia, em vez de focar apenas nas renováveis. O Brasil deve aproveitar seu potencial energético diversificado e evitar abordagens restritivas que podem atrasar seu desenvolvimento.
A discussão sobre transição energética mudou de foco, revelando uma visão míope sobre o tema. Antes da pandemia de covid-19, havia uma pressão para acelerar a transição e uma campanha que demonizava combustíveis fósseis e energia nuclear.
Investimentos em energias renováveis, como eólica e solar, foram direcionados principalmente por empresas europeias. Entretanto, a pandemia e a guerra da Rússia contra a Ucrânia levantam questões sobre a abordagem linear da transição energética.
A nova visão postula que não se pode fazer uma transição segura eliminando fontes de energia. As energias renováveis devem diversificar a matriz energética global, sem substituir completamente os combustíveis fósseis. São esperadas soluções regionais e novas tecnologias, como a queda de custo dos painéis solares em 90% nos últimos 15 anos.
Entretanto, o custo da transição energética é alto, com projeções de 5% do PIB global entre 2025 e 2050. Isso implica uma reorganização sem precedentes do fluxo de capital entre o Norte e o Sul. A discussão agora destaca segurança energética e energy addition.
Esta transição é multidimensional, não linear, e envolverá diferentes mixes de tecnologia e prioridades regionais, considerando trade-offs significativos. É crucial manter o foco no crescimento econômico, na segurança energética e na acessibilidade de energia para as camadas de baixa renda.
A transição deve beneficiar países mais pobres, que historicamente foram marginalizados nos processos de transformação global. Em relação ao Brasil, o país deve explorar sua diversidade energética e se afastar de discursos elitistas que são guiados por ONGs internacionais.