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Brasil precisa buscar rota própria na transição energética, diz pioneira de baterias na Índia

Rashi Gupta, influente no setor de energia renovável na Ásia, discute a importância do reaproveitamento de baterias e o desenvolvimento de tecnologias autênticas em países emergentes. Durante o "Berlin Energy Transition Dialogue", ela defende que nações em desenvolvimento devem criar seus próprios mercados, sem depender de potências como a China.

Rashi Gupta, 40 anos, é reconhecida como pioneira na produção de baterias de lítio na Índia. Ela fundou a Vision Mechatronics, voltada para energia renovável.

Recentemente, sua empresa lançou um sistema de armazenamento de eletricidade utilizando baterias de carros elétricos reutilizadas e um fogão movido a hidrogênio de baixa emissão.

Gupta foi uma das principais vozes no "Berlin Energy Transition Dialogue", onde defendeu que países emergentes, como a Índia, devem desenvolver seus próprios mercados sem seguir as nações ricas.

Ela ressaltou a necessidade de reaproveitar baterias de carros elétricos e investir em inovação nas nações em desenvolvimento. "Nosso propósito na Vision Mechatronics" é fabricar baterias à base de lítio e desenvolver soluções para cozinhar de forma limpa.

Sobre a reciclagem, destacou que a reciclagem é intensiva em recursos e que a ênfase deve ser no reaproveitamento. "Devemos dar uma segunda chance de vida a essas baterias", afirmou.

Gupta alertou sobre a dependência das células importadas da China. "Todos serão afetados", disse, ressaltando a capacidade de inovação mesmo sem acesso a tecnologias chinesas.

Ela acredita que os governos devem agir segundo as necessidades locais, evitando uma concorrência desenfreada. Propôs que países como o Brasil deem um salto tecnológico, investindo em inovações que atendam à população em geral.

A respeito do etanol, Gupta argumentou que ele deveria ter diversos usos e que deve haver espaço para diferentes tipos de veículos. Enfatizou que preço e escolha são fundamentais para criar um mercado.

Por fim, Gupta é especialista em economia circular e sustentabilidade, com formação pela Universidade de Cambridge, e é membro do conselho de engenheiros para transição energética da ONU.

O jornalista viajou a convite do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha.

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