Brasil precisa ficar atento a 'invasão' de produto chinês após tarifas dos EUA, diz presidente de líder em refratários
Empresas se adaptam a novas regras comerciais enquanto buscam oportunidades em meio às tensões tarifárias entre EUA e China. A RHI Magnesita vê potencial para expansão no Brasil, mas alerta sobre riscos de competição com oferta chinesa.
A RHI Magnesita, fabricante líder em produtos refratários, está ajustando suas estratégias para o novo cenário comercial entre China e Estados Unidos.
O presidente na América Latina, Wagner Sampaio, vê essa situação como uma oportunidade e um risco: o Brasil pode ser alvo da oferta chinesa redirecionada.
As tarifas de importação para refratários no Brasil são de apenas 6%, enquanto nos EUA e México são de 25%.
Produtos refratários são essenciais em indústrias como aço, cimento e vidro.
Segundo Sampaio, a disputa tarifária incentiva as empresas a buscar diversificação nas cadeias de suprimento. A China representa cerca de 60% da produção global de magnesita.
A mina da RHI em Brumado, Bahia, é considerada a melhor do mundo para este mineral. Com a exportação de sínter de magnesita em alta, a empresa pode se beneficiar da demanda por fontes seguras.
A RHI Magnesita investiu R$ 541 milhões em um forno rotativo, aumentando a capacidade em 25%.
Com um faturamento global de € 3,6 bilhões (R$ 22,9 bilhões), a empresa atua em mineração, produção de refratários e prestação de serviços. Sua sede no Brasil, em Contagem, fatura € 335 milhões (R$ 2,1 bilhões).
Desde abril, a operação na América do Sul integrou unidades da América Central, aumentando a receita em € 150 milhões (R$ 955 milhões).
A América Latina é a principal região para a RHI Magnesita em termos de produção.
Fundação: RHI em 1834 e Magnesita em 1939, fundidas em 2017.
Funcionários: 20 mil no mundo e 4.040 no Brasil.
Concorrentes principais: Vesuvius, Ibar e Shinagawa.