Brasil precisará mais do que duplicar produção de energia mesmo com meta ambiental fraca
Brasil precisa aumentar capacidade elétrica para 574 GW até 2050, segundo relatório da Bnef. O investimento estimado gira em torno de US$ 5,6 trilhões, com foco na transição energética e crescimento da demanda.
O Brasil precisará aumentar sua capacidade instalada de eletricidade para 574 GW até 2050, mesmo sem cumprir sua meta de zerar emissões de gases do efeito estufa. Hoje, a capacidade é de 235 GW. No cenário de zero emissões, precisa chegar a 842 GW.
A capacidade instalada indica a energia que o país pode gerar se todas as suas instalações operassem em plena capacidade ao mesmo tempo. Isso raramente acontece devido a fatores como a disponibilidade de sol e vento.
Segundo a Bnef, o crescimento na demanda por eletricidade será impulsionado pela queda de preços de tecnologias, como carros elétricos, que já são mais acessíveis para motoristas que percorrem mais de 16 mil quilômetros por ano.
Vinicius Nunes, da Bloomberg, destaca que esse crescimento decorre de questões econômicas, não apenas climáticas. A eletrificação deve substituir 55% dos combustíveis fósseis até 2050, com 70% desse total vindo da troca de veículos movidos à combustão por elétricos.
A geração de eletricidade renovável e nuclear deverá substituir 10% da demanda atual por combustíveis fósseis. Outras alternativas incluem hidrogênio de baixa emissão (10%), captura de carbono (9%) e biocombustíveis (8%).
Atualmente, o Brasil é um dos maiores produtores de etanol e tenta expandir o mercado de biocombustíveis, mas a viabilidade econômica de tecnologias verde depende de políticas públicas. O estudo da Bnef projeta que a demanda por energia precisará crescer para evitar cortes na geração elétrica.
O investimento necessário até 2050 é estimado em US$ 5,6 trilhões no cenário fora de zero emissões e US$ 6 trilhões no cenário de zero emissões.