Brasil segura aval para embaixador de Israel e ameaça aprofundar crise com Netanyahu
Governo Lula retém agrément para novo embaixador de Israel, intensificando tensão diplomática. Críticas mútuas aumentam após ataques israelenses em Gaza e comentários polêmicos de Lula.
Governo Lula retém aprovação para novo embaixador de Israel
O governo do presidente Lula (PT) não concedeu, há cerca de dois meses, o agrément para a nomeação do diplomata Gali Dagan como novo embaixador de Israel no Brasil. Essa situação pode aprofundar a crise entre os dois países.
Israel solicitou ao Itamaraty o agrément em janeiro, mas até esta quarta-feira (19), não houve resposta. Sem esse aval, o relacionamento entre Brasil e Israel pode ser rebaixado, com a representação ficando apenas sob um encarregado de negócios.
A relação entre os governos já estava tensa, especialmente após críticas mútuas sobre a ofensiva militar israelense em Gaza. Um ponto alto da crise foi quando Lula comparou as ações de Israel à perseguição nazista, gerando uma reprimenda do governo israelense.
O ex-embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, foi chamado para uma reprimenda pública e o atual embaixador deixa o cargo em breve, sem que um substituto tenha sido nomeado.
Recentemente, novos ataques israelenses em Gaza reacenderam a tensão, levando o governo Lula a criticar as ações israelenses, enfatizando a violação do Direito Internacional Humanitário e a necessidade de retomar as negociações de cessar-fogo.
A concessão do agrément reflete a relação política entre os países. Em relações normais, aprovações costumam ser rápidas, como as para embaixadores argentinos. Gali Dagan é diplomata de carreira e possui vasta experiência em diversas missões diplomáticas.