'Brasil Soberano' é socorro paliativo e solução está em negociação e novos mercados, dizem economistas
Economistas apontam que o auxílio a exportadores, embora necessário, é paliativo e exige soluções estruturais para minimizar o impacto do tarifaço dos EUA. A preocupação com as contas públicas e a sustentabilidade do pacote também foram destacados por especialistas do setor.
Pacote de auxílio a exportadores, parte da Medida Provisória do Plano Brasil Soberano, inclui medidas emergenciais, mas paliativas, conforme economistas. Apesar do socorro ser necessário, soluções duradouras dependem de negociações e diversificação de mercados.
O aporte de R$ 9,5 bilhões vai destinar R$ 4,5 bilhões a fundos para financiamento das exportações e R$ 5 bilhões para ampliar o programa Reintegra, que permite a recuperação de créditos tributários. A MP também prorrogará o prazo para exportação de mercadorias afetadas pelo regime “drawback”.
José Ronaldo Souza Junior, economista-chefe da Leme, acredita que a ampliação do Reintegra é a medida mais eficaz. Contudo, o crédito mais barato beneficiará apenas empresas que continuam exportando, o que pode não ser o caso de todas as afetadas.
Rafael Cagnin, do Iedi, ressalta que as ações não anulam o impacto do aumento tarifário dos EUA e pede um olhar de longo prazo para abertas novos mercados.
Sergio Vale, do MB Associados, alerta que o governo deve tomar cuidado com o caráter temporário do pacote, para não comprometer o equilíbrio fiscal. Ele considera prioritar a negociação do fim do “tarifaço” e a busca por novos mercados.
Claudio Frischtak, da Inter.B Consultoria, sugere que essas oportunidades sejam aproveitadas para intensificar a prospecção de mercados. A CEO Andrea Bastos Damico enfatiza que as medidas são paliativas e que o governo deveria buscar novos mercados, especialmente na América Latina.
Felipe Tavares da BGC Liquidez acredita que o plano pode elevar o déficit público acima do esperado, atingindo R$ 94,2 bilhões se os R$ 9,5 bilhões não forem contabilizados na meta fiscal.
Felipe Salto condena a tentativa de excluir os R$ 9,5 bilhões da meta fiscal, afirmando que a margem para imprevistos já existe. Raul Velloso considera o pacote uma “bomba” para as contas futuras do governo e destaca que o apoio financeiro não deve afetar tanto as finanças públicas.
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