Brasileira 'bonita demais' para ser freira perde o cargo e quer justiça do Vaticano
Freira brasileira deposta do cargo de madre-abadessa após denúncias anônimas busca justiça e apoio em meio a uma crise no mosteiro na Itália. Sua saída desencadeou a fuga de outras onze freiras, levantando questões sobre machismo e corrupção na Igreja.
Religiosa brasileira Aline Pereira Ghammachi vive uma história de injustiça na Igreja Católica após ser deposta do cargo de madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, na Itália, em 28 de maio de 2023.
Ela foi denunciada em uma carta anônima ao papa Francisco por alegações de má conduta, o que levou a uma auditoria. Prosseguindo com a investigação, uma nova abadessa foi nomeada no dia da morte de Francisco.
Aline, que assumiu o cargo aos 33 anos e foi a madre-abadessa mais jovem da Itália, viu sua comunidade dividir-se. Onze das 22 freiras abandonaram o mosteiro após sua saída, com cinco deixando em protesto.
Após ser afastada, Aline não aceitou a sugestão de isolamento e alegou nunca ter recebido uma denúncia formal. Ela afirma que sua aparência e origem brasileira podem ter influenciado sua situação.
Frei Mauro Giuseppe Lepori, abade-chefe da ordem, minimizou os acontecimentos, enquanto a história atraiu a atenção da mídia italiana, com planos para uma adaptação cinematográfica.
Aline e as freiras que a apoiam planejam continuar seu trabalho social em uma nova estrutura, apesar de terem que se afastar de seus votos. Ela ainda aguarda a revisão do caso pelo Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica e vê com esperança a eleição do novo papa Leão 14, acreditando que ele pode trazer mudanças positivas.