Brasileiro preso nos EUA relata 'pressão psicológica' para se 'autodeportar'
Lucas dos Santos Amaral, brasileiro detido nos EUA, reencontra família após 26 dias de prisão. O caso destaca os desafios enfrentados por imigrantes em situação irregular sob a política de imigração de Donald Trump.
Lucas dos Santos Amaral, um brasileiro de 29 anos, foi preso nos Estados Unidos durante 26 dias e enfrentou incertezas sobre seu futuro, incluindo sua deportação. Ele foi preso no dia 27 de janeiro após uma abordagem do ICE, apenas sete dias após a posse do presidente Donald Trump, que intensificou a busca por imigrantes ilegais.
Lucas, um pintor de paredes e músico gospel, foi liberado em fevereiro após uma audiência no Texas, onde foi transferido sem aviso à família. Sua prisão gerou rumores na comunidade brasileira sobre crimes que ele não cometeu. Lucas entrou nos EUA em 2017 com visto de turismo, mas se tornou irregular após a expiração do visto em dezembro de 2017.
Embora o governo afirmasse que os alvos eram *"criminosos"*, Lucas, sem antecedentes criminais, se tornou um caso de "efeito colateral". Ele foi alvo de pressões psicológicas para pedir deportação, mas resistiu e conquistou a liberdade sob fiança de US$ 8 mil.
A família enfrentou boatos maliciosos enquanto Lucas estava preso. Sua esposa, Suyanne Amaral, grávida e com uma filha pequena, organizou uma campanha para pagar os custos legais e a fiança. Lucas acredita que a abordagem do ICE foi injusta e sua advogada, Eloa Celedon, planeja contestar o processo judicial e buscar justice.
Agora reunido com a família, Lucas está ciente de que seu processo de imigração pode levar anos. Apesar das adversidades, o casal avalia a situação atual e considera planos de emergência, tendo em vista a instabilidade sob a administração de Trump, com Suyanne esperando o nascimento de seu segundo filho, Theo.