Braskem (BRKM5) decepciona expectativas já baixas do mercado e ação cai forte após 2T
Resultados do segundo trimestre da Braskem decepcionam, com queda acentuada no Ebitda e aumento da alavancagem. Especialistas destacam que medidas antidumping e outros fatores podem impactar a recuperação da empresa.
Ações da Braskem (BRKM5) caem 3,64% nesta quinta-feira (7), sendo negociadas a R$ 8,21, após resultados do segundo trimestre ficarem abaixo das expectativas do mercado.
O Ebitda recorrente foi de R$ 427 milhões, muito abaixo dos R$ 946 milhões previstos pela XP, com uma queda de 68% em relação ao trimestre anterior. O prejuízo líquido de R$ 267 milhões foi melhor do que a expectativa de R$ 395 milhões, mas reverteu o lucro do trimestre anterior. A alavancagem também aumentou substancialmente.
A análise da XP sugere que um efeito temporal não monetário afetou os resultados. Após o “Liberation Day” em abril, os preços das resinas caíram, mas custos ainda refletem custos unitários altos.
Para o terceiro trimestre de 2025, as expectativas são otimistas, contanto que se confirme a recuperação prevista. A XP acredita que a aprovação do projeto de lei PRESIQ pode ser crucial para a Braskem.
O JPMorgan avaliou o resultado como negativo e previu um fluxo de caixa livre negativo de R$ 1,2 bilhão. A dívida líquida ajustada subiu para US$ 6,9 bilhões, e a alavancagem aumentou para 10,59 vezes em relação ao EBITDA.
Apesar de uma liquidez suficiente para os vencimentos próximos, o JPMorgan manteve recomendação neutra e ajustou o preço-alvo para R$ 6.
O Bradesco BBI também rebaixou estimativas, ajustando o preço-alvo para R$ 10 por ação até 2026. A recomendação neutra se baseia na visibilidade limitada sobre os spreads da indústria química.
Medidas antidumping e isenção de impostos sobre matérias-primas podem aumentar o Ebitda da Braskem em até 80%, segundo o BBI.