Brics alerta que medidas sobre clima não devem ser usadas para disfarçar restrição ao comércio
Brics critica restrições comerciais mascaradas de preocupação ambiental e defende ações coletivas contra tarifas elevadas. Membros do bloco expressam preocupações sobre a legislação da União Europeia e seu impacto nas exportações brasileiras.
BRICS alerta sobre questões ambientais e comércio internacional
Na cúpula de líderes no Rio de Janeiro, os países do BRICS ressaltaram que medidas ambientais não devem disfarçar restrições ao comércio internacional. A mensagem foi direcionada, em partes, à União Europeia e sua lei antidesmatamento.
O comunicado destaca: "Medidas no combate às mudanças climáticas não devem resultar em discriminação ou restrições disfarçadas ao comércio internacional."
Os membros do BRICS expressaram preocupações sobre o uso crescente de medidas comerciais unilaterais, celebrando a criação de um "laboratório" para Comércio, Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável.
A nova lei da UE, que proíbe a importação de produtos de áreas desmatadas após dezembro de 2020, entrará em vigor em 30 de dezembro de 2025. O Brasil acredita que essa medida pode afetar 34% de suas exportações para a Europa.
Os líderes também criticaram o aumento de tarifas, que ameaça o comércio global. Eles mencionaram medidas restritivas que afetam cadeias de suprimentos internacionais e destacaram a necessidade de um tratamento adequado para a dívida internacional.
Apesar de discussões sobre um sistema de pagamento alternativo, o BRICS evitou compromissos nesse sentido, optando por usar seus próprios sistemas de pagamento.
O grupo também destacou avanços em soluções financeiras que facilitam comércio e investimentos, referindo-se a um relatório sobre sistemas de pagamentos entre países.
Além do Brasil, fazem parte do BRICS: Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. A Arábia Saudita foi convidada em 2023, mas ainda não oficializou sua adesão.