Brics defende tributos mais justos e critica aumento de tarifas
Ministros de finanças do Brics pedem reformas tributárias para promover justiça fiscal e cooperação internacional. Além da tributação dos super ricos, grupo discute medidas para reforçar o comércio e reforma do FMI.
Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do Brics aprovaram, em 5 de julho de 2025, uma declaração defendendo um sistema tributário internacional mais justo, transparente, simples e eficiente.
O texto menciona a tributação de super ricos, referindo-se a “indivíduos com alto patrimônio líquido”. O bloco também apoia as negociações da convenção tributária da ONU para uma arquitetura tributária global inclusiva.
O encontro ocorreu no Rio de Janeiro como parte da Cúpula do Brics, que prossegue com um encontro de chefes de Estado de 6 a 7 de julho. A questão da tributação dos mais ricos é uma prioridade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende também a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000.
No comunicado, o Brics expressa preocupação com o aumento unilateral de tarifas no comércio internacional, considerando que essas medidas distorcem o comércio. O grupo se compromete a facilitar a redução das tensões comerciais.
Os membros do Brics solicitaram uma reforma urgente do FMI e do Banco Mundial, enfatizando a necessidade de instituições mais ágeis e inclusivas. Eles também almejam maior representação regional e aumento da participação feminina nas duas instituições.
Além disso, o bloco critica as cotas do FMI, pedindo uma alteração para que reflitam melhor o PIB e a paridade do poder de compra, sem prejudicar os países em desenvolvimento. Esse foi o primeiro comunicado sobre o FMI desde a formação do Brics em 2009.
Por fim, o grupo saúda a ex-presidente Dilma Rousseff por seu progresso à frente do banco do Brics e defende que a presidência do FMI deve ser exercida por um não europeu.