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Brics é 'antiocidente'? Como se comporta o bloco

A Cúpula dos Brics, que reúne líderes de potências emergentes, ocorre com a postura de analistas divididos sobre se o grupo representa uma ameaça ao Ocidente. A presença de países como Rússia, China e Irã levanta debates sobre a natureza antiocidental do bloco, mas especialistas apontam que membros como Brasil e Índia possuem laços significativos com o Ocidente.

Cúpula dos Brics começa neste domingo (6/7) no Rio de Janeiro, em meio a críticas de líderes americanos que veem o bloco como antiocidental.

O bloco inclui adversários políticos dos EUA como Rússia, China e Irã, criando essa percepção. O termo "Ocidente" refere-se a países democráticos, como os Estados Unidos e nações da Europa Ocidental.

Marco Rubio, ex-senador e atual secretário de Estado, disse que os Brics ameaçam a hegemonia ocidental; enquanto Donald Trump fez ameaças ao bloco se criasse uma moeda para substituir o dólar.

O grupo, que inclui Brasil, Índia, África do Sul, entre outros, representa quase 50% da população mundial e 40% da riqueza global. Desde 2009, eles buscam maior voz em fóruns internacionais e reduzir a dependência do dólar.

Especialistas afirmam que a situação é complexa. Embora alguns membros sejam antiocidentais, países como Brasil e África do Sul têm laços com os EUA. Atualizações recentes, como a inclusão do Irã e a neutralidade em conflitos, têm alimentado críticas sobre um possível caráter antiocidental.

História dos Brics: O termo surgiu em 2001 e em 2009 se tornou um bloco formal. A professora Ana Paula Garcia ressalta que os Brics começaram como um grupo que buscava reforma, não como um bloco contra o Ocidente.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defende que os Brics não são antiocidentais. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, também alerta que o grupo não deve ser visto como uma substituição às estruturas globais.

As ausências de líderes como Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China) e Masoud Pezeshkian (Irã) na cúpula podem impactar a percepção do bloco. Através de videoconferência, Putin deve participar, mas sua ausência é vista como benéfica para a imagem dos Brics.

Analistas acreditam que essas ausências podem suavizar as acusações de que o bloco é antiocidental, enquanto outros veem uma diminuição do valor que a China dá ao grupo.

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