Brics não se comprometem com sistema de pagamento alternativo, apesar de pressão de Dilma e da Rússia
Cúpula dos Brics se aproxima sem consenso sobre novos sistemas de pagamento propostos pela Rússia. Brasil e Índia trabalham para limitar referências a plataformas de investimento e evitar conflito com os EUA.
Brics evita compromissos com sistemas de pagamento alternativos na cúpula que ocorrerá no Rio, nos dias 6 e 7 de julho.
A ex-presidente Dilma Rousseff e o governo russo pressionam por uma plataforma de investimentos devido à inclusão de um compromisso durante a reunião em Kazan, ano passado.
Após reuniões entre Dilma e Vladimir Putin, a Rússia propôs uma nova plataforma com ativos digitais e sistemas de pagamentos alternativos. Putin afirmou: "Propomos a criação de uma nova plataforma de investimentos dos Brics usando ativos digitais".
Entretanto, houve oposição da Índia e do Brasil, que veem a ideia como uma tentativa de desvirtuar o mandato do NDB. O governo brasileiro se afastou da ideia de uma moeda dos Brics, citando limitações para o uso de moedas locais em comércio.
Os Estados Unidos e a União Europeia interpretam esses esforços como tentativas da Rússia de contornar as sanções impostas após a invasão da Ucrânia.
Após advertência de Donald Trump sobre retaliações se o Brics tentasse substituir o dólar, os países do bloco conseguiram que a declaração final fosse uma menção vaga sobre a plataforma.
Analistas acreditam que a Rússia continuará a pressionar por alternativas financeiras, enquanto Brasil e Índia evitem conflitos com Washington. Bryan Harris, da consultoria Sabio, destaca que: "A reação de Washington seria rápida e severa".