Brics tem de adotar discurso de maior assertividade, diz Bustani
Embraçador destaca a necessidade do Brics de se afirmar como um ator geopolítico relevante, além de sua base econômica. Ele ressalta a importância da nova liderança brasileira na coordenação de um discurso eficaz durante o encontro de cúpula.
Brics precisa ser mais assertivo em questões geopolíticas, afirma o embaixador brasileiro José Mauricio Bustani. Ele defende que o grupo deve ir além da agenda econômico-comercial que originou sua formação.
A declaração final da cúpula do Brics, marcada para 6 e 7 de outubro, traz soluções para impasses como:
- Conflito no Irã, envolvendo EUA e Israel;
- Reconhecimento de Israel em uma solução de dois Estados para o Oriente Médio;
- Reforma do Conselho de Segurança da ONU.
Bustani, ex-diretor da Opaq, expressa otimismo quanto ao futuro do Brics, que representa 40% da economia global e 48,5% da população mundial. Ele acredita que o grupo deve coordenar um discurso que trate não só de economia, mas também de geopolítica.
O embaixador ressalta que o Brasil, com a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, pode ampliar essa assertividade. Porém, Lula enfrenta resistência em sua atuação global, especialmente nas relações com os EUA.
Bustani critica decisões unilaterais de Trump e pede um novo olhar sobre a ONU, destacando que os países do Sul Global possuem sua própria identidade, economia e força política.
Por fim, ele conclui que é hora de repensar a dinâmica em organizações internacionais, enfatizando que quem manda não deve ser apenas quem paga mais.