Britânicos batem recorde ao escalar Everest em cinco dias usando gás xenônio
Ex-soldados britânicos rompem recorde de ascensão ao Everest em apenas cinco dias, utilizando xenônio para acelerar a aclimatação. A técnica gerou controvérsias na comunidade de alpinismo, levantando debates sobre segurança e ética nas expedições.
Ex-soldados britânicos quebram recorde no Everest
Um grupo de quatro ex-soldados do Reino Unido completou a escalada do pico do Everest em apenas cinco dias, reduzindo o tempo tradicional de semanas ou meses. O feito, realizado em 21 de maio, utilizou o gas xenônio, uma estratégia criticada por alpinistas.
O xenônio favorece a produção de eritropoietina (EPO), aumentando a produção de glóbulos vermelhos e melhorando o desempenho. Em muitos esportes, esse recurso é considerado doping.
A escalada apresenta riscos, especialmente na "zona da morte", acima de 8.100 metros, onde ocorre a hipóxia aguda, comprometendo a função cerebral.
Os alpinistas, liderados por Alastair Carns, se prepararam por meses e planejavam a jornada em sete dias, com cinco dias dedicados à subida. O objetivo é também arrecadar fundos para veteranos.
Antes da escalada, inalaram xenônio na Alemanha. Além disso, usaram oxigênio suplementar durante a subida e dormiram em tendas que simulavam altas altitudes.
O custo da expedição foi de US$ 170 mil (cerca de R$ 960 mil) por pessoa, significativamente mais alto que expedições convencionais.
O uso do xenônio gerou controvérsia. Enquanto alguns, como o guia Adrian Ballinger, chamaram a estratégia de truque, outros, como Lukas Furtenbach, destacaram que a técnica propiciou uma escalada mais segura e rápida.
O Nepal emitiu licenças para 468 pessoas nesta temporada de escalada, com mais de 200 já alcançando o cume. O recorde anterior foi estabelecido em 2003 com a subida realizada em 10 horas e 56 minutos.