BTG vê impacto limitado de tarifaço no petróleo e no gás do Brasil
Medida de Trump é vista como impacto limitado para o setor de petróleo e gás brasileiro, com potencial de redirecionamento das exportações. No entanto, a política de reciprocidade pode afetar distribuidores de combustíveis e expor o setor petroquímico a riscos maiores.
Impacto das Tarifas de Trump no Setor de Petróleo e Gás Brasileiro
O setor de petróleo e gás do Brasil enfrentará um impacto limitado devido às tarifas de 50% impostas pelo governo Trump sobre as exportações brasileiras para os EUA, conforme relatório do BTG Pactual.
A análise do banco destaca que, apesar da importância política da medida, a estrutura do mercado internacional confere resiliência ao setor.
Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA totalizaram US$ 7,6 bilhões.
O Brasil pode redirecionar embarques para Ásia (China e Índia), Europa ou Oriente Médio, que demandam petróleo leve, especialmente do pré-sal.
A Petrobras possui pequena exposição, com apenas 4% de suas exportações para o mercado norte-americano no 1º trimestre de 2025.
Impacto nos Distribuidores de Combustíveis
Se o Brasil ativar a política de reciprocidade, o impacto nos distribuidores de combustíveis poderá ser levemente negativo, pois os EUA são um dos principais fornecedores de diesel ao Brasil.
Tarifas sobre importações podem aumentar custos, pressionar preços e complicar a logística.
Setor Petroquímico Vulnerável
O setor petroquímico é o mais afetado, com um déficit comercial em produtos petroquímicos de quase US$ 8 bilhões entre Brasil e EUA.
A dependência do Brasil em relação a insumos petroquímicos dos EUA é significativa, especialmente no que diz respeito ao polietileno.
A ordem executiva assinada por Trump em abril de 2025 exclui certos produtos das tarifas, mas a continuidade da isenção para petróleo cru permanece incerta.
O BTG afirma que a carta enviada ao presidente Lula não alterou a ordem executiva vigente, mantendo a lista de exceções como válida.