Burocracia da Alemanha atrapalha avanços da transição energética
Tübingen enfrenta interrupções na construção de turbinas eólicas devido a restrições militares, desperdiçando investimentos e frustrando planos de energia renovável. A disputa destaca a complexidade da burocracia alemã e a necessidade de soluções que equilibrem segurança nacional e autossuficiência energética.
Tübingen, cidade universitária na Alemanha, enfrenta um dilema entre defesa militar e segurança energética.
Com 90 mil habitantes, a construção de três turbinas eólicas foi cancelada devido a regras de espaço aéreo militar, mesmo com potencial para atender 10 mil pessoas.
"No último minuto, o Bundeswehr disse 'não'", afirmou o prefeito Boris Palmer, referindo-se ao investimento perdido de meio milhão de euros.
A Alemanha sofreu um bloqueio de 5 gigawatts de capacidade eólica desde 2020, impactando a autossuficiência energética e segurança nacional, especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Embora o exército tenha vetado 6% dos projetos nos últimos quatro anos, a incerteza nas aprovações é um grande obstáculo. "Os processos são pouco claros e imprevisíveis", destacou Leonhard Probst, do Instituto Fraunhofer.
A comunicação do Bundeswehr com desenvolvedores de energia eólica tem melhorado, oferecendo alternativas como turbinas mais baixas ou mudanças de localização.
Na costa, áreas abertas facilitam a construção, mas em Tübingen, a baixa altura de voos de helicópteros complicou a situação.
O prefeito mencionou que o projeto de neutralidade em carbono da cidade até 2030 permanece em andamento, com um novo projeto eólico seguimento, sem os contratempos anteriores.