Busco inflação a 3% mesmo sem prêmio “miss simpatia”, diz Galípolo
Gabriel Galípolo reafirma compromisso do Banco Central com meta de inflação de 3% e critica a flexibilidade nas exigências. Aumento da taxa Selic para 15% é parte da estratégia para contornar distorções econômicas e garantir a estabilidade financeira.
Presidente do BC, Gabriel Galípolo, reafirma compromisso com meta de inflação de 3% durante reunião com congressistas. Ele afirmou que é obrigação da autoridade monetária buscar esta meta, não o teto de 4,5%.
Galípolo reconhece que, ao aumentar a taxa Selic para 15% ao ano, poderá não ser popular: “Dificilmente eu e meus colegas do Copom vamos ganhar o torneio de miss simpatia. Mas estou tranquilo, pois isso é cumprir a meta.”
O presidente do BC destacou um decreto que estabelece a meta, justificando que o intervalo de tolerância é para absorver “choques temporários externos”. Ele enfatizou: “A meta é: ponha a taxa de juros num patamar restritivo.”
A defesa de Galípolo pela atuação obstinada do BC é clara: “Se você persegue a banda superior da meta, significa que tem mais tolerância com a inflação.” Ele argumenta que a rigidez institucional é fundamental para a credibilidade do país.
A taxa Selic foi elevada para controlar a inflação, que está em 5,32%, fora do intervalo permitido há 8 meses. Novas regras do CMN estabelecem que a inflação não pode exceder o intervalo por mais de 6 meses.
O BC deve enfrentar novas cartas ao Ministério da Fazenda explicando o descumprimento da meta de inflação. Galípolo será o 1º presidente a assinar duas cartas em menos de 6 meses, a última data de janeiro.
O presidente do BC também abordou a obstrução dos canais de transmissão da política monetária devido a distorções na economia. Ele afirmou que não existem soluções simples e que diversas medidas são necessárias.
Comunique-se com os cidadãos ficou mais forte, segundo Galípolo, que deseja que a comunicação do BC facilite a compreensão sobre serviços e evite fraudes.