BYD adia plano de fábrica no México por guerra comercial
BYD adia expansão no México devido a incertezas comerciais e geopolíticas. A empresa busca ampliar sua presença nas Américas, mas prioriza uma abordagem mais cautelosa em seus investimentos internacionais.
BYD, a principal fabricante de veículos elétricos da China, adiou indefinidamente planos de construir uma fábrica no México devido a tensões geopolíticas e incertezas nas políticas comerciais dos EUA.
A vice-presidente executiva, Stella Li, afirmou que a empresa está interessada em expandir nas Américas, mas sem prazos definidos. "Estamos esperando mais clareza antes de tomarmos a nossa decisão", disse Li.
A BYD havia buscado locais no México para a fábrica, mas suspendeu a busca em 2022. A presidente mexicana, Cláudia Sheinbaum, informou que a BYD não fez uma proposta formal. O Ministério do Comércio da China adiou a aprovação da unidade due a preocupações sobre acesso à tecnologia.
As tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump e seus impactos nas montadoras americanas complicaram a situação. A General Motors anunciou um investimento de US$ 4 bilhões para transferir produção do México para os EUA.
Apesar disso, a BYD continua interessada em expandir, porém a decisão está atrelada ao ambiente incerto do comércio global.
Durante a inauguração de sua fábrica em Camaçari, Brasil, Li comentou sobre a necessidade de reavaliar a abordagem de expansão internacional, citando um episódio de alegações de trabalho escravo. A empresa desejará avançar de forma gradual e com maior envolvimento local.
A nova fábrica terá capacidade de produzir 150 mil veículos anualmente, com possibilidade de expansão para 300 mil. A produção está prevista para começar em menos de dois meses.
A BYD solicitou ao governo brasileiro a redução das tarifas de importação para kits de veículos durante a fase inicial da operação. O governo brasileiro ainda não se pronunciou sobre o pedido.