BYD é processada por suspeita de trabalho análogo à escravidão em obra de fábrica na Bahia
MPT acusa BYD e empresas terceirizadas de práticas de trabalho escravo em obra na Bahia. A ação inclui pedidos de indenizações milionárias e adequações às normas trabalhistas brasileiras.
MPT ajuiza ação contra BYD e terceirizadas
O Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com ação civil pública contra a montadora chinesa BYD e duas empresas terceirizadas envolvidas na construção de uma fábrica em Camaçari, Bahia.
As empresas são acusadas de trabalho escravo e tráfico de pessoas. Uma força-tarefa identificou 220 operários chineses em condições análogas à escravidão.
A BYD não se manifestou sobre a ação. Em fevereiro, declarou que estava solucionando problemas apontados pela fiscalização.
O MPT requer:
- R$ 257 milhões em danos morais coletivos;
- Dano moral individual de 21 salários contratuais;
- Quitação das verbas rescisórias;
- Multa de R$ 50 mil por item descumprido.
Além da BYD, as empreiteiras China Jinjiang Construction Brazil Ltda e Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil também são alvos da ação.
Os operários foram encontrados em condições deploráveis: alojamentos com falta de higiene, vigilância armada e retenção de passaportes, além de jornadas exaustivas.
Os trabalhadores tinham visto irregular e enfrentavam condições de trabalho forçado, incluindo retenção de até 70% de seus salários.
O MPT tentou um Termo de Ajustamento de Conduta, mas as empresas chinesas recuaram nas negociações, tentando incluir cláusulas de sigilo.
A BYD começou a construção da fábrica em outubro de 2023, com investimento de R$ 5,5 bilhões e capacidade para produzir 150 mil carros elétricos por ano.