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BYD é processada por suspeita de trabalho análogo à escravidão em obra de fábrica na Bahia

MPT alega trabalho escravo e tráfico de pessoas em construção da fábrica da BYD na Bahia. Montadora e empreiteiras enfrentam ação civil pública e podem ter que pagar R$ 257 milhões em danos morais.

MPT ingressa com ação contra a BYD

O Ministério Público do Trabalho (MPT) entrou com ação civil pública contra a montadora chinesa BYD e duas empresas terceirizadas por suspeitas de trabalho escravo e tráfico de pessoas.

Em dezembro, uma força-tarefa revelou a existência de 220 operários chineses nas obras da fábrica da BYD em Camaçari, em condições análogas à escravidão.

A BYD se manifestou, afirmando ter compromisso com direitos humanos e que colabora com o MPT.

O MPT requisitou:

  • R$ 257 milhões em dano moral coletivo
  • Dano moral individual de 21 vezes o salário contratual, mais um salário por dia em condições degradantes
  • Quitação de verbas rescisórias
  • Multa de R$ 50 mil por item descumprido, multiplicado pelo número de trabalhadores afetados

Além da BYD, as empreiteiras China Jinjiang Construction Brazil Ltda e Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil também são investigadas.

Investigações revelaram que os trabalhadores estavam em alojamentos insalubres, sob vigilância armada e tiveram seus passaportes retidos. Eles eram forçados a pagar caução e tinham até 70% de seus salários retidos.

O MPT já havia resgatado 163 trabalhadores da Jinjiang e 57 da Tonghe. Todos entraram no Brasil de forma irregular.

Uma proposta de Termo de Ajustamento de Conduta foi apresentada em fevereiro, mas os acordos não avançaram devido à exigência de cláusula de sigilo por parte das empresas.

A BYD iniciou a construção da fábrica, com investimento previsto de R$ 5,5 bilhões, que funcionará no complexo anteriormente ocupado pela Ford.

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