Cade reabre inquérito contra Google por uso de notícias em busca
Cade reabre investigação sobre Google por possíveis abusos em serviço de buscas. O foco está na suposta raspagem de conteúdo jornalístico e seus impactos na audiência e receita dos veículos de imprensa.
Cade reabre inquérito contra Google por possível abuso de posição dominante no mercado de buscas.
A investigação investiga uma suposta raspagem de conteúdo jornalístico de outros sites, que o Google usaria para destacar em suas páginas de busca.
Essa prática pode desviar tráfego de sites de notícias, resultando em menos receita publicitária para as empresas jornalísticas.
O tema será analisado pelo tribunal do Cade na próxima quarta-feira.
A apuração começou em 2018, mas foi arquivada em dezembro de 2024. Em março deste ano, a conselheira Camila Cabral Pires Alves recomendou a retomada, citando ações semelhantes na Bélgica e na França.
Ela destacou: “Essas discussões refletem preocupações com o mercado digital e o equilíbrio entre plataformas e editores de conteúdo.”
O Google também é investigado pela Comissão Europeia por possível violação à Lei de Mercados Digitais, que busca ampliar a concorrência.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) afirma que a raspagem causa queda na audiência dos sites, enfatizando que o Google exibe trechos de notícias que prejudicam o acesso aos veículos de mídia.
O presidente-executivo da ANJ, Marcelo Rech, ressaltou a importância do exame do inquérito, especialmente em um momento em que o mundo discute práticas anticompetitivas.
A ANJ espera que a decisão do Cade obrigue o Google a firmar um acordo de remuneração com os sites de notícias, promovendo uma distribuição de verbas mais igualitária.
A investigação do Cade examina também uma suposta “conduta exploratória” do Google, ao usar conteúdo jornalístico sem remuneração, e se estaria impedindo a concorrência por concentrar tráfego em seus próprios sites.