Cadeia de suprimentos de tênis esportivos é ponto crítico na guerra tarifária de Trump
Nike enfrenta desafios com novas tarifas de importação que podem elevar os preços dos tênis, enquanto busca reconquistar corredores perdidos para concorrentes. A fabricante de calçados pode ter que realocar sua produção ou aumentar os preços para manter a rentabilidade.
Nike enfrenta desafios com novas tarifas de Trump
O vomero 18, tênis de corrida da Nike, custa US$ 150 (R$ 855) e é produzido no Vietnã, centro global de fabricação, agora sob pressão das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
A Nike, que começou a fabricação no Vietnã em 1995, possui atualmente 130 fábricas no país, que representa metade de sua produção de calçados. A nova tarifa de 46% se somará a 20% já em vigor.
Analistas preveem aumento de preços e dificuldades na realocação das cadeias de suprimentos, que leva de 18 a 24 meses. Alternativas como México, Brasil, Turquia e Egito estão sendo consideradas, mas podem não ser viáveis rapidamente.
As ações da Nike caíram para seu menor nível em oito anos devido à incerteza gerada pelas tarifas. O CEO, Elliott Hill, busca reverter a queda de vendas diante da concorrência de marcas menores como On e Hoka.
Custos podem ser mitigados pressionando fornecedores, aumentando preços ou absorvendo custos. A Adidas e a Puma, com operações no Vietnã, podem precisar aumentar preços em cerca de 20% para manter margens, mas enfrentam diferentes desafios ao repassar custos.
A migração para o Vietnã fez seu superávit comercial com os EUA aumentar para US$ 123,5 bilhões (R$ 704 bilhões), o que alimenta as tarifas recíprocas. As marcas podem ter que redirecionar produção e ajustar volumes para equilibrar o mercado global.
"Estamos atrás da Cortina de Ferro", concluiu analista, sugerindo um futuro incerto para preços e disponibilidade de produtos nos EUA.