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Café especial do Brasil já sente efeito das tarifas. E teme não recuperar espaço

Exportações de cafés especiais brasileiros para os EUA caem drasticamente devido à tarifa de 50% imposta pela administração Trump. O setor teme uma possível perda permanente de mercado caso a situação não seja resolvida.

Cafés brasileiros enfrentam queda nas exportações para os EUA

O café brasileiro, preferido dos americanos, está presente em 60% dos blends da Starbucks. Contudo, uma tarifa de 50% imposta pelos EUA em agosto causou uma queda de 79% nas exportações de cafés especiais brasileiros, comparado ao ano anterior.

Os embarques diminuíram 69% em relação ao mês anterior, e Vinicius Estrela, diretor-executivo da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), atribui isso à tarifa e à restrição de oferta nos EUA.

Os estoques americanos estão baixos, e os importadores recorreram a grãos de outras origens, como Peru, Guatemala, Colômbia e Honduras, mas a substituição estrutural é limitada, dado o tamanho da produção desses países.

O Brasil deve produzir 55,2 milhões de sacas de café este ano, com 16,4% de queda nas exportações de janeiro a julho. Embora os cafés especiais brasileiros sejam valorizados, a tarifa ameaça reduzir a competitividade e o prêmio pago.

Em agosto, Trump assinou uma ordem que abre a possibilidade de isenção para produtos não produzidos nos EUA, mas um acordo bilateral é necessário. Estrela alerta que perder o mercado americano pode prejudicar a reputação do café especial brasileiro, levando anos para ser recuperada.

A expectativa é que os embarques aumentem no final do ano, quando as alternativas se esgotarem.

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