Caixa quer garantir recursos do pré-sal para habitação até 2030
Caixa busca garantir aportes do Fundo Social do Pré-Sal até 2030 para habitação. Negociações visam assegurar R$ 15 bilhões anuais e ampliar segurança nos investimentos habitacionais.
A Caixa Econômica Federal está em negociação para garantir que o Fundo Social do Pré-Sal continue realizando aportes anuais até 2030 para financiar habitação no Brasil, conforme declarado pela vice-presidente de habitação, Inês Magalhães, em evento da Abrainc.
Foi proposta a manutenção dos R$ 15 bilhões ofertados neste ano, que foram essenciais para a criação da faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Essa faixa atende famílias com renda entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil. Inês comparou esses aportes a um “jet ski” que ajuda a lidar com as dificuldades do setor.
Esses recursos não vão diretamente para a faixa 4, pois o regramento permite que sejam apenas direcionados à habitação social, que inclui apenas as três faixas originais do MCMV. Os R$ 15 bilhões ajudam a custear a faixa 3, enquanto um aporte semelhante do FGTS foi alocado para a nova faixa.
Jader Filho, ministro das Cidades, confirmou que os R$ 15 bilhões também serão distribuídos em 2026. A Caixa busca ampliar essa duração para garantir investimentos mais seguros no setor.
No painel, Sandro Gamba, presidente da Abecip, destacou que não há escassez de funding, mas é necessário discutir otimizações e novas fontes. Ele defendeu a mudança no prazo de resgate das LCIs, de 9 para 6 meses, mas pediu avanços adicionais.
Gamba também sugeriu revisar a amortização do saldo do financiamento imobiliário, citando práticas de outros países onde isso é restrito. Para facilitar a venda de carteiras de crédito, Inês mencionou a necessidade de regulamentação de um sistema de amortização baseado no IPCA.
Gamba ressaltou que os recursos da poupança devem ser direcionados para financiamentos de longo prazo, enquanto o mercado de capitais deve financiar obras de prazos mais curtos, o que é fundamental para o setor.