Câmara aprova aumento do número de deputados para 531
Câmara aprova ampliação do número de deputados para 531, garantindo que nenhum Estado perca cadeiras. A proposta visa corrigir distorções de proporcionalidade com base no último Censo Demográfico do IBGE.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira o Projeto de Lei Complementar 177/2023, que redefine a distribuição de cadeiras entre os Estados e o Distrito Federal com base no último Censo Demográfico do IBGE.
A proposta, da deputada Dani Cunha (União-RJ) e relatada pelo deputado Damião Feliciano (União-PB), aumenta o total de deputados de 513 para 531, criando 18 novas vagas.
A criação visa corrigir distorções sem que nenhum Estado perca cadeiras. Estados que ganham vagas:
- Pará (4)
- Santa Catarina (4)
- Amazonas (2)
- Rio Grande do Norte (2)
- Mato Grosso (2)
- Ceará (1)
- Minas Gerais (1)
- Goiás (1)
- Paraná (1)
A nova configuração deve ser aprovada pelo Senado e será válida após as eleições gerais de 2026.
O texto foi aprovado com 270 votos a favor e 207 contra, mostrando uma divisão incomum entre as ideologias e maior unidade nas bancadas estaduais.
A aprovação ocorreu antes do prazo do Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2023 considerou o Congresso omisso. Sem atualização até 30 de junho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderia redistribuir as vagas, resultando em perda de cadeiras para vários Estados.
O projeto também estabelece critérios técnicos para revisões futuras, incluindo:
- Proibição de estimativas intercensitárias
- Obrigatoriedade de auditoria pelo Tribunal de Contas da União (TCU)
- Possibilidade de impugnação por Estados ou partidos
O impacto fiscal estimado é de R$ 64,6 milhões por ano, que pode ser absorvido pelo orçamento atual da Câmara.
Feliciano destacou que, mesmo com o aumento, o Brasil continuará com um dos menores índices de representação proporcional do mundo democrático.
“Perder cadeiras significa perder peso político e recursos. A proposta garante proporcionalidade com justiça regional”, finalizou Feliciano. O texto agora será enviado ao Senado.