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Câmara aprova projeto que favorece Ramagem, Bolsonaro e mais seis réus por tentativa de golpe

Câmara aprova suspensão da ação penal de Alexandre Ramagem em votação polêmica. Decisão gera expectativa de judicialização, com implicações claras sobre outros réus, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A Câmara dos Deputados aprovou, em 7 de novembro, por 315 a 143 votos, um projeto de resolução que suspende a ação penal do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), um dos réus em um caso sobre golpe de Estado.
A votação seguiu um debate intenso, que começou na Comissão de Constituição e Justiça e prosseguiu no plenário.

A decisão se aplica também a outros sete réus, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro. Porém, a expectativa é que essa ação seja judicializada. Se o caso chegar ao STF, a Corte deve suspender a ação apenas em relação a Ramagem, considerando os crimes cometidos após sua diplomação em 2023, que possuem penas menores.

Ramagem enfrenta acusação de cinco crimes: associação criminosa armada, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano contra o patrimônio e deterioração de patrimônio tombado. Para ministros do STF, a suspensão afetaria apenas os crimes de dano, relacionados às depredações de 8 de janeiro de 2023.

O parecer do relator Alfredo Gaspar (União-AL) sugere o trancamento total da ação, beneficiando também outros réus, incluindo Bolsonaro. Isso é visto por alguns como inconstitucional, enquanto bolsonaristas defendem a legitimidade da manobra.
O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), provocou o STF, que esclareceu que a suspensão se limita a Ramagem.
A cúpula do Congresso criticou a falta de comunicação do STF com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O texto foi aprovado no mesmo dia em que Bolsonaro e aliados manifestaram apoio a um projeto de lei de anistia, buscando beneficiar os envolvidos em atos golpistas.
Bolsonaro afirmou: "A anistia é um ato político e privativo do Parlamento brasileiro."

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