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Câmara resiste a pressão bolsonarista por anistia em troca do fim do tarifaço

Deputados do centrão rejeitam link entre anistia e tarifas de Trump, afirmando que cada tema deve ser tratado separadamente. A estratégia bolsonarista enfrenta resistência e há preocupações sobre as implicações da aprovação da anistia em resposta a pressão externa.

A família Bolsonaro e apoiadores estão focados na ideia de que a tarifa de 50% imposta por Donald Trump ao Brasil só poderá ser revertida com uma anistia "ampla, geral e irrestrita" para Jair Bolsonaro.

No entanto, entre parlamentares, essa estratégia não tem apoio. Líderes da Câmara preferem não misturar os dois temas, considerando a prioridade das tarifas.

Conversas preliminares sugerem que a votação da anistia antes do recesso é improvável, com alguns temendo que isso caracterizaria cedência à ameaça estrangeira.

O deputado Rafael Brito (MDB-AL) criticou a proposta de anistia, afirmando que ela deve ser vista como "sepultada". O presidente Lula reafirma a soberania brasileira, acusando a família Bolsonaro de traição.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, considera a chance de aprovação da anistia "zero", enfatizando que insistir na proposta seria uma rendição. Um integrante do centrão concordou que anistia e tarifas devem ser tratadas separadamente.

Bolsonaristas admitem que a relação com o centrão se deteriorou e que a anistia seria vista como submetendo-se à pressão externa.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou que não há negociação sem uma anistia irrestrita, enquanto os filhos de Bolsonaro insistem na ligação entre a tarifa e a anistia.

Trump, em carta, criticou o Brasil, afirmando que a situação de Jair Bolsonaro é uma "vergonha". Flávio Bolsonaro e Steve Bannon apoiam a ideia de que o fim da investigação contra Bolsonaro deve ser uma condição para o fim da taxa.

De acordo com o deputado Pedro Lupion (PL-PR), é crucial negociar as tarifas e usar argumentos técnicos.

Enquanto isso, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), acredita que cabe ao governo Lula resolver a questão das tarifas e que a anistia deve ser pausada.

A esquerda culpa a atuação de Eduardo nos EUA pela sobretaxa, enquanto Lula planeja negociar e, se não ocorrer progresso, pretende utilizar a lei de reciprocidade para responder. O decreto para regulamentar essa lei está quase pronto.

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