Caneta para emagrecer não resolve, alerta médica especializada em medicina funcional
Maíra Soliani discute a importância do desconforto intencional na medicina preventiva e como isso pode transformar a saúde. Em sua trajetória, ela critica a abordagem atual da medicina, enfatizando a necessidade de mudanças de mentalidade para um equilíbrio sustentável.
Maíra Soliani, PhD em Medicina e autora do livro “A Ciência do Desconforto”, foi a convidada do 12º episódio da 3ª temporada do programa Mapa Mental, do canal GainCast.
Ela é reconhecida por sua atuação em medicina funcional, propondo uma abordagem que integra ciência, estilo de vida e desconforto intencional para restaurar o equilíbrio físico e emocional.
Maíra compartilhou sua transição da anestesiologia para a medicina preventiva, criticando práticas tradicionais e defendendo estratégias como jejum intermitente e gestão do estresse.
Após uma gestação difícil e a leitura do livro “Porque engordamos”, começou a aplicar mudanças alimentares e percebeu melhorias em sua saúde.
Ela critica que a medicina tradicional foca em tratar doenças, não preveni-las, e que muitas condições, como a esteatose hepática, são negligenciadas por falta de medicamentos disponíveis.
Para Maíra, o conforto excessivo da vida moderna afasta as pessoas de suas verdadeiras necessidades. Usando a analogia do cacto, ela ressalta que desconforto é essencial para o adaptação do corpo.
Práticas como jejum, exposição ao frio e atividade física são vistas como estresses positivos, promovendo a autofagia, um processo de autolimpeza celular.
Maíra também destaca o impacto do excesso de dopamina nas buscas por prazer, afirmando que a resistência a esse ciclo requer um novo “mapa mental”.
Ela sugere que, para o jejum, não existe uma receita única e recomenda pacientes saudáveis a eliminarem lanches entre refeições como um bom início.
Crítica ao imediatismo, Maíra enfatiza que o processo é tão importante quanto o resultado. Ela utiliza medicamentos modernos, como os agonistas de GLP-1, mas critica seu uso sem mudanças de comportamento.
O mau uso da medicação é abordado, destacando que muitos pacientes não se comprometem com mudanças duradouras. Maíra defende que o uso racional deve integrar um plano maior de alimentação e mudança de mentalidade.
Para ela, o desconforto é um caminho, não um obstáculo, afirmando que resultados requerem disposição para enfrentar algum tipo de desconforto, ligando isso ao estoicismo.